23 fevereiro, 2021

Aniversário do Centro de Atividades Musicais da PMMG!

A relação entre música e militarismo é milenar nas mais diversas culturas humanas. Na PMMG não foi diferente. Seja para a rotina da caserna ou para os eventos e trabalhos com a comunidade, os músicos sempre estiveram presentes na história da Polícia Militar. 




Nos primórdios, a atividade musical tinha a única e exclusiva função de elevar o moral de tropa, principalmente durante as marchas. Com o decorrer do tempo descobriu-se que a música também conseguia gerar segurança preventiva e aproximar a população da PMMG. O Centro de Atividades Musicais - CAM - é atualmente composto por 19 bandas distribuídas no Estado, uma Orquestra sinfônica e uma Orquestra Show. 

No final dos anos 40 iniciou-se o processo de criação dos Corpos Musicais na PMMG, com a missão de difundir a boa música em nosso Estado. Em 1949 nasce a Orquestra Sinfônica da PMMG - OSPM, idealizada pelo Coronel Egídio Benício de Abreu. Inicialmente foi composta por 18 Policiais Militares Músicos e alguns adolescentes da Escola de Formação Musical, que era um Projeto Social da Policia Militar na época. A OSPM até hoje, é a única Orquestra Sinfônica Militar da América Latina. 



Em 1954 foi criada a Banda de Música no então Departamento de Instrução, hoje, Academia de Polícia Militar, situada no Bairro Prado, sob a direção do Maestro SubTen Músico Alonso Sales Pereira, que realizou a proeza de arregimentar músicos militares e civis do Estado para conseguir formar a então Banda de Música do D.I.. Atualmente existem 19 bandas distribuídas em pontos estratégicos no Estado de Minas Gerais. 





Já a Academia Musical Orquestra Show – AMOS, foi criada no dia 4 de setembro de 1986, através da Resolução 1598. Com fulcro no apoio às atividades de relações públicas da Instituição, desde sua criação, a AMOS participa das diversas atividades culturais e sociais da PMMG na capital e interior do Estado, atendendo às necessidades do público interno, bem como em apoio ao público externo. 



Em 2012, por meio da Resolução nº 4194 foi criado o Centro de Atividades Musicais (CAM), subordinado à Academia de Polícia Militar. Mais tarde passou a ser vinculado à Diretoria de Comunicação Organizacional - DCO.

Durante esses nove anos, capítulos foram escritos e solidificaram a relevância da área musical como ferramenta estratégica, na prevenção da criminalidade, para a Polícia Militar. Mostrou-se ser uma ferramenta versátil, atuando nos diversos meios de comunicação, em conjunto com todo o portfólio de serviços. 

Oficiais Regentes da área musical da PMMG

Nesse contexto, o CAM, desenvolve na TV PMMG os programas: Musicando Segurança e Momento Patrulha Rural, bem como está presente nas diversas redes sociais: Facebook, Instagram e Youtube, promovendo de forma mais ampla a segurança pública. 

A famosa música “Nos bailes da vida” de Milton Nascimento, diz que “Todo artista tem de ir aonde o povo está”. É indo até o povo e servindo à comunidade que os policiais do CAM seguirão sua trajetória. Servindo, protegendo e cultivando a paz social. 


“Foi nos bailes da vida ou num bar
Em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim

Cantar era buscar o caminho
Que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe tudo tão bom
Até a estrada de terra na boléia de caminhão
Era assim

Com a roupa encharcada e a alma
Repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se for assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso
De viver nem de cantar”

Composição: Fernando Brant / Milton Nascimento



Parabéns ao Centro de Atividades Musicais – CAM - pela passagem de seu 9º aniversário! 


“Segurança pública também se faz com música!”

18 fevereiro, 2021

Pioneiras PMMG: Major Arlete

Major QOR Arlete Henrique


SOU UMA DAS PIONEIRAS DA POLÍCIA FEMININA DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

É com essa frase, acompanhada de um sentimento de orgulho e satisfação, que sempre dou início a diálogos sobre carreira, formação, opiniões e outros assuntos com muitas pessoas e já percebemos a admiração espontânea e o interesse em saber como foi essa trajetória.

Contemplar o meu nome na lista das candidatas aprovadas no concurso para admissão de 120 mulheres na PMMG foi um dos momentos de mais intensa alegria, relembrar as etapas do concurso, a farda, tão desejada, cuidadosamente preparada, mais ainda, recordar a felicidade dos meus pais e irmãos pela conquista, diga-se, arrebatadora, faz parte das minhas lembranças mais queridas.


Estágio durante o curso de formação da 1ª turma de 3º Sargentos PM Femininos realizado no centro de Belo Horizonte. Arlete (ao centro), Graça, Inês, Mara e demais alunas do CFS PM Fem/82.


Acampamento realizado durante o Curso de Formação. Arlete à esquerda da foto, agachada, Helcia, Estelamar, e demais alunas do CFS PM Fem/82.


Durante os trinta anos na ativa, as minhas boas qualidades se tornaram melhor ainda. Na caserna militar aprendi a ser mais profissional a cada dia, porque foi possível também aprender com os erros, é assim que se aperfeiçoa o caráter, o altruísmo, a postura e compostura que nos acompanham pela vida e é por isso que sou muito grata à Instituição por tudo que sou hoje.

Na ativa, trabalhei na Companhia de Polícia Feminina como motorista de tropa, auxiliei na formação das primeiras soldados no antigo Batalhão de Polícia de Choque; fui o palhacinho “Marmota” e monitora na Transitolândia Inspetor Pimentel, no Batalhão de Trânsito; trabalhei em duas seções no Comando de Policiamento da Capital; várias atribuições no 18º e 33º BPM, enfim, muita aprendizagem, muito esforço, de 3º Sargento a Major, na reserva.


Hoje, sou muito melhor, graças a essa fantástica escola que é a PMMG. Na tranquilidade do meu lar, agora na reserva, e como professora de Língua Portuguesa, ainda tenho o prazer e orgulho de auxiliar na preparação dos concursos da PMMG, e a sensação de reconhecimento, confiança e gratidão, felizmente, me acompanham nesses trabalhos. Graças à Instituição continuo a me preparar profissionalmente e à própria família, cultuo a atividade física como antes, valorizo a saúde, e o melhor: sou exemplo! Isso, com certeza, deve ser sempre um ideal a ser alcançado. 



Agraciamento com a Medalha Alferes em 2008 e com  Tiradentes e Troféu Tiradentes em 2016


Agradeço a todos os profissionais da PMMG que contribuíram para a minha formação, aos meus Comandantes, aos oficiais e praças com os quais tive a oportunidade de trabalhar e aprender, e à minha turma, 1981, personagens da minha história. Seguiremos pelo caminho da vida, sempre com esse excelso orgulho de SER uma das pioneiras da Polícia Feminina da PMMG.


Major QOR Arlete - 2021


Fotos: Arquivo pessoal - Major Arlete


2021: 40 anos da Força e leveza da Mulher na Polícia Militar!






15 fevereiro, 2021

Polícia Feminina: escola de formação e aula inaugural

Neste  recorte da Revista Polícia Feminina, produzida pela primeira turma de mulheres que ingressaram na PMMG, é feito um breve relato sobre a história da Academia de Polícia Militar e as modificações que ocorreram para o início do curso de formação da primeira turma de Sargentos Femininos. 

Também são relatados detalhes sobre a aula inaugural, proferida pela professora Maria Elvira Salles, então Vice-Presidente do Instituto Newton Paiva e Presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas (Seção Minas Gerais).

Um capítulo muito interessante da história da Mulher na PMMG! Esperamos que aproveitem a leitura!









2021: 40 anos da força e leveza da mulher na Polícia Militar!


Autoria: Seção de Memória e Patrimônio Histórico e Cultural da PMMG

05 fevereiro, 2021

O ESPLENDOR DA MULHER FARDADA NA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

   João Bosco de Castro


Até o terceiro quartel do Século XX, mais enfaticamente, a Mulher padeceu preconceitos e estereótipos, mundo afora, acentuadamente no Brasil, como se ela fosse minúsculo vivente, ou ser meramente utilitário, ou femeazinha qualquer restrita à procriação e às coisas e quefazeres domésticos, à moda de boneca de redoma, cozinheira, lavadeira e bordadeira. Fora de casa, ela trabalhava muito pouco. Algumas poucas, para a felicidade de todas as pessoas, até dos machos-machistas, podiam formar-se para Professora Primária no magnífico e insuperável Curso Normal das insuperáveis e magníficas Escolas Normais ─ como as de Pará de Minas, Dores do Indaiá, Pitangui, Bom Despacho, Itapecerica, Divinópolis, Belo Horizonte (naquele modelar e saudoso Instituto de Educação) ou Ibirité (naquela estrondosamente espetacular e austera Fazenda do Rosário, de Helena Antipoff, Abgar Rénault, Elza de Moura e Saul Alves Martins). Tais Mestras do Melhor Jaez garantiram a Pindorama e Pindoramuaras ─ machos e fêmeos ─ a sorte do respeitado estudo de Aritmética, Linguagem, Redação, Literatura ─ gostosamente, a Infantil ─, Ciências Biológicas, Geografia, História, Conhecimentos Gerais e Bons-Modos. Tais Construtoras da Educação Básica Brasileira, respeitáveis Mulheres, quase sempre esquecidas, lograram alguma referência de mérito ou reconhecimento social, como de Ataulfo Alves, na letra poética de “Meus Tempos de Criança...”! Uma felizarda, a indômita e plurivalente Professora Dona Zulma Corrêa Couto, mereceu a marca de “Máter et Magistra”: maravilhoso Poema contido no Livro dele homônimo, escrito e publicado, em 2015, por seu Filho, nosso excelente Poeta Coronel José Guilherme do Couto. 

Afora isso, a Mulher ficava à mercê do preconceito e estereótipo cáusticos, trancafiada em casa para a trabalheira no tanque, agulhas de coser, copa, cozinha, ferro de passar, além dos urdumes de marido e filharada.

Vestir farda?! ─ Não! Cruz-Credo! Isso é pra homem...

Policiar?! Subir ladeira e prender bandido?! ─ De jeito nenhum! Mulher não foi feita pra isso...

Em minhas pesquisas na Literatura Brasileira sobre a Mulher Fardada no Brasil, encontrei somente dois registros, ambos machistas, absurdos e incovenientes. Nos domínios de Minas Gerais, em 1931, o Itabirano Carlos Drummond de Andrade (então Chefe de Gabinete do Secretário do Interior Gustavo Capanema Filho, no majestático e irretocável Governo de Olegário Dias Maciel) escreveu e publicou, na página 12 do Minas Gerais (Diário Oficial do Estado) de 18 de junho do mencionado ano, as zombeteiras, impiedosas e machistas páginas de “Contra a Polícia Feminina”, crônica satirizante da imagem institucional da Polícia e detratora da Dignidade Feminil, além de presunçosamente contrária à Polícia Feminina, ainda, até então, inexistente no Brasil. Em 1987, a Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, patrocinada pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, republicou-a em “Crônicas [de Carlos Drummond de Andrade], 1930-1934”(Belo Horizonte:Barba Azul, 288p.), em suntuosa edição de apenas mil exemplares, um dos quais, no mesmo ano, destinado à minha Biblioteca. Pelas Terras da Bahia, em 1962, Alfredo de Freitas Dias Gomes lançou a maravilhosa peça “O Bem-Amado”, na qual se lê deprimente e deletério diálogo entre o cangaceiro Capitão Zeca-Diabo e a Delegada de Polícia de Sucupira Chica Bandeira. Conversa lamentável: o cangaceiro chama a Delegada Chica, sempre bem-fardada e rigorosamente alinhada e armada, de macaco de saia (macaco, na linguagem nordestina, a partir da Bahia, é soldado de polícia, meganha, soldado amarelo, policial militar): macaco de saia é soldada de polícia, Mulher Fardada. A reposta da Delegada Sucupirana ao cangaceiro foi severa e irretocável: “Pois saiba que, mesmo de saia, sou tão homem quanto o senhor. E esse é um caso de Polícia. (...) O senhor está preso!”

A própria Mulher de então considerava absurdo ser ela destinada ao exercício dessas fainas tachadas de exclusivas ao Homem, embora sofresse com referidas restrições, hoje tidas como preconceituosas, mas ela mesma não fazia nada para livrar-se delas. 

Como em toda a parte do Brasil, nos quartéis ─ inclusive nos da Polícia Militar de Minas Gerais ─, o machismo topetudo roncava alto e grosso, infelizmente. 

Súbito, em 1981, nossa Corporação Policial-Militar Mineira instituiu a Companhia de Polícia Feminina e deitou apropriadas e necessárias pás de cal aos grunhidos machistas embutidos na deletéria crônica de Drummond e nos arroubos cascudos e preconceituosos dos muitos capitães-zecas-diabos à moda lamentosa daquele energúmeno descrito pela criativa pena de Dias Gomes. Em pouco tempo, nossa respeitável Mulher Fardada, mercê de sua aguda inteligência, gentileza, coragem, pertinácia e capacidade prática de organização e controle, sufocou a insustentável e incoerente jactância machista e provou-se policial-militarmente igual ao Homem Fardado, respeitadas as particularidades naturais de cada gênero. 

Ao longo de seus quarenta anos de atuação pública e modelar na diuturna Fornalha da Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública, a par das missões constitucionais de Defesa Interna e Territorial, nossa Mulher Fardada, inclusive nos Quadros de Saúde e de Especialistas, da Soldada à Coronela, construiu sua História Tecnoprofissional consentaneamente com os parâmetros da Dignidade Policial-Militar norteados pela Ética e Deontologia, com vistas na Tranquilidade Pública e Paz Social dos Cidadãos, Entidades e Instituições, em oitocentas e cinquenta e três cidades e mais de três mil Distritos da vastíssima Rede Municipalista Mineira. Isso consolida a honorabilidade e a glória, a imagem e o decoro de nossas notáveis e bravas Servidoras de todos os Quadros de Pessoal Militar da Corporação do Alferes Tiradentes. 

Coincidentemente com as celebrações dos quarenta anos de exercício idôneo e profícuo de nossa Mulher Fardada, a Polícia Militar de Minas Gerais confia, a partir de 4 e 5 de fevereiro de 2021, repectivamente, as excelsas Gestões Estratégicas de sua Corregedoria-Geral à Coronela Silma Regina Gomes da Rocha Oliveira e de seu Sistema de Educação Policial-Militar com o efetivo Comando da Academia de Polícia Militar do Prado Mineiro ─ nossa exemplar Universidade de Policiologia e Ciências Militares da Polícia Ostensiva, remanescente do sublime Departamento de Instrução, o D.I. ─ à Coronela Cleyde da Conceição Cruz Fernandes. Pela primeira vez, a moderna Gestão da Imagem Eticodeontológica e Disciplinar de Oficiais e Praças da Corporação e o Comando da Nobre Escola do Prado Mineiro, elevados cargos da Estrutura da Polícia Militar das Alterosas, exatamente por deterem a competência para realizar, respectivamente, o Burilamento Deontológico e a Profilaxia Ética ─ pelo Código de Ética e Disciplina e Diplomas e Regulações Jurídico-Penais indispensáveis à vigilância da compostura e saneamento da Conduta Policial-Militar de Servidores e Servidoras Militares ─ e o Comando da Nobre Escola do Prado Mineiro ─ pela Gestão Estratégico-Pedagógica da Educação (Ensino, Pesquisa, Extensão e Treinamento) de Polícia Militar, nos Cursos e Programas Tecnoprofissionais de Graduação e Pós-Graduação para Qualificação (Capacitação e Habilitação) e Atualização do Quadro de Pessoal Militar, são entregues a duas Mulheres Fardadas ocupantes do mais elevado posto da Escala Hierárquica da Polícia Militar de Minas Gerais. Integrantes das proativas e extraordinárias Turmas de Aspirantes de 1997 e 1995, as Coronelas Silma e Cleyde, por força de sua inteligência, indiscutível capacidade gestorial, autonomia ética, prudência, convicção deontológica, diversificada experiência tecnoprofissional em segmentos operacionais e administrativos da Corporação, garbo militar irretocável e conduta pessoal nutrida em elegância, postura, cordialidade e compostura, conduzirão a respeitável Corregedoria-Geral ao zênite da autenticidade e legitimidade da Idoneidade e Consciência Policial-Militares, segundo os melhores parâmetros de Justiça, Hierarquia e Disciplina, e a renomada Academia de Polícia Militar do Prado Mineiro ao sucesso digno da Presteza e Boa-Fama da Melhor Escola de Comandantes e Artífices da Paz Social da América Latina. Deus as abençoe, ilumine e guarde no cumprimento pleno e magistral destas notáveis Missões Policial-Militares de Corregedora e Educadora!

Os Homens Fardados da Polícia Militar de Minas Gerais, na amplidão da excelência de todos os Quadros Tecnoprofissionais da Estrutura de Pessoal Militar da PMMG (QOPM, QPPM, QOE, QPE e QOS), reflitam sobre a necessidade sociopolítica e importância teleológica de sua profissão essencial ao Desenvolvimento Humano, Tranquilidade Pública e Paz Social, qualifiquem-se, requalifiquem-se, aperfeiçoem-se e façam o melhor em seu desempenho tão esmerado quão louvável, porque as Mulheres Fardadas de todos os mencionados Quadros de Pessoal Militar de nossa Corporação já nos dão sobejas provas de sua plena capacidade tecnoprofissional de pensar e repensar a Essência Policial-Militar. Elas, como qualquer dos melhores Homens Fardados, planejam, controlam, coordenam, comandam, modernizam e executam, com primor tecnoprofissional, lucidez intelectual e rigor ético, Programas de Gestão de Políticas Públicas diversas e Projetos Policial-Militares, na Atividade-Meio e Atividade-Fim, principalmente nesta, para efetividade e glória das Ações e Operações de Polícia Ostensiva, Preservação da Ordem Pública e Defesa Interna e Territorial. Eficiência e espírito crítico, inteligência e presteza total para ser últil à Comunidade, organização metodológica e disciplina consciente, coragem, lealdade e devoção ao Serviço Policial-Militar são virtudes excelsas e comuns aos Homens Fardados e às Mulheres Fardadas da Polícia Militar Mineira, na balança da igualdade, porque nada, nesses domínios didáticos, éticos e deontológicos, diferencia macho de fêmea. 

Aqui no Brasil, desde os primeiros anos da organização da Ilha de Vera Cruz, as mulheres marcam ponto muito alto, extramuros: fora da redoma e da cozinha. No falido projeto monárquico de Dom João III, Rei de Portugal, logo após o heroico achamento destas abençoadas Terras, dentre todas as Capitanias Hereditárias de 1534, apenas duas prosperaram: a de Pernambuco ─ nela embutidas as glebas correspondentes ao atual Estado da Paraíba ─, governada por Dom Duarte Coelho Pereira, e a de São Vicente ─ hoje, São Paulo, mais o quinhão agora conhecido como Estado de Minas Gerais ─, entregue ao Fidalgo Militar Dom Martim Afonso de Sousa. Exatamente as duas Capitanias governadas e administradas por mulheres! Dom Duarte Coelho Pereira, doente de piorreia e preguiça extrema, retornou à Metrópole, sem nunca mais ter retornado ao Brasil, após haver passado as rédeas de Pernambuco-Paraíba à intrépida, inteligente e trabalhadora Dona Brites de Albuquerque Pereira, sua esposa, a indiscutível gestora dos melhores êxitos dos empreendimentos açucareiros, para a felicidade de pernambucanos e paraibanos. Daí, a expressão “Paraíba masculina, mulher-macha, sim, Senhor...”! Martim Afonso de Sousa, campeão em certames de bebedeira, jogatina e rabo de saia, totalmente avesso a tarefas de responsabilidade e suor, seguiu, ainda em 1534, para as Índias, onde assumiu o Comando-Geral das Forças Portuguesas em Goa, e deixou sua Capitania Hereditária sob o inteligente, zelozo e profícuo bastão de sua empreendedora e incansável esposa, Dona Ana Pimentel, cujas mangas suadas e arregaçadas de gestora admirável levaram São Vicente, atual Estado de São Paulo, ao sucesso econômico. O Brasil começou a dar certo, ainda no Século XVI, graças ao brio e à multivalência dessas duas primeiras e grandes Capitãs Brasileiras ─ na verdade, Capitãs Portuguesas: desbravadoras de boas partes de Pindorama, ou Ibirapitã, ou Arabutã, ou Irabutã, ou Orabutã = nomes tupis de nosso cobiçado e pouco amado Brasil...

Em 1930, para apoiar a Revolução Liberal favorável a Getúlio Vargas na Presidência da ainda República dos Estados Unidos do Brasil, Belo Horizonte compôs e manteve destemidos Batalhões Femininos, sob as ordens enérgicas, cívicas e sábias da Generala Elvira Kommel, com suas coronelas, majoras, capitãs e tenentas, sargentas , furrielas e soldadas, primorosamente treinadas por bravos Oficiais ( naquela época, não tínhamos, ainda, em nossos Quadros, nem oficialas, nem praças: sargentas e soldadas...) da imbatível e leal Força Pública do Estado, a atual Polícia Militar de Minas Gerais. De suas tropas de mulheres em fardas de brim cáqui, empenhadas nos Hospitais de Sangue da Capital Mineira, sobressaiu o Batalhão Feminino João Pessoa, atuante em cinquenta e dois Municípios das Alterosas, dentre os quais Belo Horizonte, Sede da Generala Feminista. 

Nestes quarenta anos de sua existência tecnoprofissional altiva, honesta, profícua, humana e humanizante, inteligente, bem-estruturada, efetiva e afetiva, a Mulher Fardada da Polícia Militar de Minas Gerais é vivo exemplo de Servidora Militar autêntica, legítima e essencial à Vida Mineira, pela pujança dos Misteres Constitucionais da referida Corporação Policial-Militar do Alferes Tiradentes: Símbolo de Órgão Público Majestático e necessário à Paz Social, ao Progresso, à Grandeza Política e Social deste Estado-Membro e do Brasil, no ardor prestante da Polícia Ostensiva, Preservação da Ordem Pública e Defesa Interna e Territorial.

O esplendor dessa Mulher Fardada Mineira decorre de seu desempenho primoroso, confiável e eclético, em razão de ter sido cinzelado e burilado segundo os mais modernos e eficazes Projetos Estratégico-Pedagógicos de Graduação e Pós-Graduação Policial-Militares para os Cursos e Programas de Qualificação, Requalificação e Treinamento planejados, coordenados, ministrados e geridos pela Academia de Polícia Militar do Prado Mineiro e respectivas Unidades integrantes do modelar Sistema de Educação Tecnoprofissional da Polícia Militar de Minas Gerais. Todo este bem-engendrado Protocolo de Qualificação de Pessoas somente alcançou os melhores resultados, porque se apoiou no mais transparente, fidedigno, moderno e rigoroso Processo de Recrutamento e Seleção de Candidatos e Candidatas às Fileiras da Polícia Militar de Minas Gerais. Por isso, dá gosto e orgulho ver nossa Mulher Fardada, com eficiência, garbo e zelo, nas Ações e Operações das diversas modalidades do Policiamento Ostensivo-Militar, ou como primorosas musicistas das Bandas de Música Militares e das duas Orquestras (principalmente Orquestra Sinfônica da Polícia Militar , criada e instalada, em 1949, pelos Coronéis Egýdio Benício de Abreu e José Vargas da Silva), ou como atenciosas e bem-qualificadas Servidoras ─ dentre Oficialas e Praças ─ de nosso valoroso e insuperável Quadro de Saúde ( Técnicas em Enfermagem, Enfermeiras, Farmacêuticas, Psicólogas, Odontólogas, Médicas e Médicas Veterinárias...), no Hospital da Polícia Militar e Núcleos de Assistência Integrada à Saúde de Companhias Independentes, Batalhões e Regiões de Polícia Militar, e nas Clínicas e Núcleos de Saúde Veterinária do Canil da Polícia Militar e do Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes (RCAT) ─ sumo histórico, indelével e palpitante da belíssima e entusiástica trajetória pública desta Corporação gloriosa e pronta para a Felicidade Pública Mineira, desde os albores de 1775, sob a luz cívica e patriótica dos Feitos e Ensinamentos espalhados pelo Alferes Joaquim José da Silva Xavier. 

Parabéns, Mulher Fardada da Polícia Militar de Minas Gerais ─ Mãe, Esposa, Irmã, Filha, Colega e Conselheira... ─ : Emblema da Decência e da Coragem! Você é importante sustentáculo da Imagem e do Renome de nossa respeitável e altaneira Corporação Policial-Militar!




Bom Despacho-MG, 5 de fevereiro de 2021.

Espaço Camões: Oficina de Saberes,

Letras e Artes ─ ECOSLA.




_________________________

João Bosco de Castro (1947 ─) : Oficial Superior Veterano da Polícia Militar de Minas Gerais, poeta , professor, jornalista, policiólogo, filólogo, camonólogo, romancista e contista. Historiógrafo de Polícia Militar.





  Coronela Cleyde - Assunção do Cmdo da Academia de Polícia Militar de MG -APM



Coronela Silma - Assunção do Cmdo da Corregedoria da Polícia Militar de MG






JOÃO BOSCO DE CASTRO


Natural de Pará de Minas-MG (1947 ─) e residente em Bom Despacho-MG, Brasil. 
É Oficial Superior Veterano da PMMG: policiólogo, tupinólogo, camonólogo, inscultor e ensaísta. Poeta, romancista, contista, crítico literário, heraldista, filólogo e linguista.
Professor titular emérito de Língua Portuguesa, Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira e Etimologia da Língua Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patrocínio – MG e da Academia de Polícia Militar do Prado Mineiro ( Belo Horizonte-MG). 
Integra várias Academias de Letras e Cultura, dentre as quais a Academia Epistèmica de Mesa Capitão-Professor João Batista Mariano ─MesaMariano, da qual é Presidente. 
Diretor-Coordenador do Espaço Camões: Oficina de Saberes, Letras e Artes, em Bom Despacho-MG-Brasil.




Fotos: Cel João Bosco de Castro/Acervo PMMG

Publicado por: Seção de Memória e Patrimônio Histórico e Cultural da PMMG





"2021: 40 anos da força e leveza da mulher na Polícia Militar!"






04 fevereiro, 2021

40 anos do Batalhão ROTAM

Na data de hoje comemora-se os 40 anos de lançamento das primeiras viaturas ROTAM no Estado de Minas Gerais. O Batalhão surge em um momento de mudanças políticas no âmbito nacional, conforme o histórico que apresentamos a seguir:


A Criação do Batalhão de Choque – 1979

A história contemporânea da política brasileira tem seu marco inicial nos anos 1970 com as lutas pela volta à democracia. Com o fim da vigência do AI-05 1, Ato Institucional nº 5, em 1978, deu-se o início do processo de abertura democrática.

Com esse processo de abertura política, eclode uma onda de greves que atinge praticamente todos os setores e Estados Federados. Em Minas Gerais, no mês de março de 79, ocorreu a greve dos metalúrgicos de Barão de Cocais que durou cerca de nove dias, com a participação de 1.500 grevistas. No mês de maio de 79, professores do 1º grau da rede oficial de ensino permaneceram em greve por cerca de trinta e oito dias, participando das manifestações aproximadamente 100.000 grevistas. Vinte e um mil e oitocentos Operários da USIMINAS, em julho de 79, permaneceram por oito dias paralisados. Ainda neste mês, oitenta mil operários da construção civil, em Belo Horizonte, manifestaram-se por cinco dias.

A violência e o radicalismo desse último movimento, apresentado no dia 30 de julho, transformou a cidade de Belo Horizonte num caos, com quebradeiras, saques às lojas, incêndios em bancas de revistas, em carros, materiais de construção e tapumes jogados à rua. Tudo isso culminou, dentre outros absurdos, com grevistas virando um carro dos Bombeiros culminando com a morte do Soldado Sebastião Bulhões Filho, de 23 anos, pertencente ao Corpo de Bombeiros.

O Comando da Polícia Militar começou a planejar, estrategicamente, uma força de manobra; uma Unidade Especializada de Choque, que fosse resposta eficaz ao clamor por segurança pública. Além de atender a conjuntura político social e garantir a ordem vindoura. Logicamente, a Unidade possuiria uma tropa com características diferenciadas, treinada criteriosamente, que estaria apta a fazer frente ao aumento de violência nas ruas. Repressiva? Sim, o momento exigia que as ações policiais tivessem o objetivo de demonstração de força e resposta do Estado a qualquer manifestação social que escapasse da “ordem pública instituída”. Foi, então, criado o Batalhão de Polícia de Choque, em 21 de Dezembro de 1979. Sua instalação ocorreu a partir de 1º de janeiro de 1980, por força do Decreto Estadual 20.317, de 21 de dezembro de 1979, publicado no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais nº243, de 22 do mesmo mês.

Diante da necessidade do combate a “macrocriminalidade da pesada” em todo o estado de Minas Gerais, através de um sistema de recobrimento às vulnerabilidades do policiamento ostensivo, e, sobretudo, em suplementação às Unidades de Área da Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi criada uma fração especialmente treinada para o rádio-patrulhamento motorizado, que recebeu o nome de Rondas Táticas Metropolitanas (ROTAM).






Nesse sentido, a ROTAM foi criada para cobrir a lacuna mais repressiva do conceito operacional, que estava além da capacidade de resposta do policiamento ordinário, e necessitava de uma tropa com emprego tático diferenciado. Com atuação em locais de elevado índice de criminalidade, repressão a assaltos a estabelecimentos bancários, escolta de presos perigosos ou de valores de grande monta. Portanto, as Companhias Rotam estabeleceram métodos diferenciados de resposta em relação ao policiamento ordinário, compondo-se de táticas que eram suas competências distintivas.

Após seleção e treinamento de Policiamento de Choque (Controle de Distúrbios Civis), e desenvolvimento de técnicas de Rádio-patrulhamento instituído pelo Coronel PM Klinger Sobreira de Almeida, no dia 04 de fevereiro de 1981, foi lançada pela primeira vez, nas ruas de Belo Horizonte, essa nova modalidade de policiamento, sendo apresentado à sociedade mineira, o rádio-patrulhamento ROTAM, que rapidamente, com suas ações reconhecidas, tornou-se o carro chefe do Batalhão de Polícia de Choque

O conceito de Rondas Táticas buscava atrelar a disposição tática (orientação geográfica urbana, nas principais vias urbanas, antecessor do Geoprocessamento) das patrulhas, às estratégias dimensionadas e interpostas ao cenário operacional. Ou seja, os recursos humanos, com um treinamento diferenciado do restante das Unidades de Policiamento, equipados com armamento especial, e principalmente, eram colocados para atender a um novo pensamento estratégico, no qual, o policiamento seria totalmente repressivo.





Permitam retomar o discurso do então Ten Cel PM Klinger, há época Comandante dessa fração:

“ Patrulheiros, somente o tempo e os bons serviços prestados à sociedade, irão dizer o valor das Rondas Táticas Metropolitanas, ora lançadas nas ruas de Belo Horizonte. Aos guardiões da ordem pública, que estarão ombreando as atividades das ROTAM, conclamos para que: trabalhem com lealdade, disciplina e coesão, evitando sempre o abuso do poder e a violência desnecessária. Avante camaradas, chegou o dia “D”, hora de mostrar ao povo que está apreensivo, todos os valores que norteiam a tradicional e centenária polícia militar de Minas Gerais.”


O Batalhão de Polícia de Choque foi criado através do Decreto Estadual nº 20.337, de 21 de dezembro de 1979, passando a ter existência real a partir de 1º de janeiro de 1980, consoante o disposto no mesmo diploma legal.

Em 1980, paralelamente ao cumprimento da missão para a qual foi criado, desenvolveu inúmeras atuações nos campos das missões especiais e secundárias, em consonância com o parágrafo 18 da portaria 027, do Estado Maior do Exército, que apregoa para as unidades de Choque: “ ...missões extraordinárias e de intensificação do policiamento ostensivo a fim de baixar seu custo operacional e evitar a ociosidade e a longa permanência no quartel ...”

Já no mês de maio de 1980, de 26 a 30 seis oficiais da Unidade, entre eles o comandante da OPM e o comandante da Cia à qual estão subordinadas às ROTAM, realizaram um estágio operacional no Comando de Policiamento de Choque da PMESP, que congrega três Batalhões de Choque.

No 1º BPCHq foi observada a existência de um policiamento de recobrimento realizado através de viaturas Chevrolet C-14, tipo Veraneio que cuidava com sucesso das ocorrências mais violentas e que requeriam a ação de uma tropa altamente adestrada e determinada. Esta tropa, cognominada ROTA ( Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), com excelente conceito entre as autoridades e o público, serviu, juntamente com tropas semelhantes de outros países, como paradigma para a criação das ROTAM, obedecidas as nossas peculiaridades, nossos próprios planejamentos e nossa concepção das operações.

As Rondas Táticas Metropolitanas (ROTAM) foram lançadas no dia 04 de fevereiro de 1981, com a presença dos Exmos. Srs. Secretário de Segurança Pública e Comandante Geral da Polícia Militar, iniciando suas atividades nesse mesmo dia.



Fotos: ROTAM/Acervo PMMG
Autoria: ACO/CPE
Publicado por: Seção de Memória e Patrimônio Histórico e Cultural da PMMG


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