18 dezembro, 2020

Série Personalidades: João Guimarães Rosa

 

Desenho à lápis baseado em fotografia de autoria de José Reis
Nascido em Cordisburgo, MG, em 27 de junho de 1908, João Guimarães Rosa é reconhecido como um dos mais célebres escritores brasileiros. Suas obras, de notável expressão literária, narrativa e poética, foram traduzidas para o francês, italiano, espanhol, inglês e o alemão. Além de ocupar posição de destaque no panorama da literatura brasileira, Guimarães Rosa também foi médico e diplomata.


Sua carreira na Medicina se inicia em 1925, aos 16 anos, quando fez sua matrícula na Universidade de Minas Gerais (atual Universidade Federal de Minas Gerais). Um fato que poucos sabem e que merece registro, foi a sua passagem, como Capitão Médico, por concurso, pela Força Pública do Estado de Minas Gerais, hoje, a nossa gloriosa Polícia Militar. Serviu como médico na Revolução Constitucionalista de 1932, e em 1933 assumiu o cargo de Capitão Médico do 9º BPM, em Barbacena. Na “Cidade das Rosas”, o Rosa experimenta sensações que mudam sua maneira de ver o mundo, como ele deixa bem claro em um discurso que teve com Gunter Lorenz, em Gênova, na Itália, em 1965, no Congresso de Escritores Latino-Americanos, conforme aponta o estudo do 2º Sargento PM Francisco Neto, auxiliar P/5 da 13ª Cia. Ind. Mat. Logo depois, em 1934, se tornou diplomata, oportunidade em que serviu ao nosso país em vários lugares do mundo, como Hamburgo, Bogotá e Paris e junto a Organizações Internacionais.


Paralelamente às carreiras da medicina e diplomacia, Guimarães Rosa se dedicava à outra paixão: a literatura. Estreou na vida literária, em 1929, com a publicação do conto “O mistério de Highmore Hall”, na revista “O Cruzeiro”, mas foi em 1946, que obteve um privilegiado lugar de destaque na literatura brasileira, com a publicação do livro de contos Sagarana. Além de trazer o regionalismo novamente para o cenário literário nacional, os contos traziam uma linguagem inovadora, uma estrutura narrativa singular e a riqueza de simbologia. O tema regional teve seu ápice, com a publicação, em 1956, do único romance escrito pelo João Guimarães Rosa, o Grande sertão: Veredas, que trouxe a lume a experiência adquirida, por ele, na sua longa viagem pelo Mato Grosso quando teve contato com o campo e com os cenários, os personagens e as histórias que ele iria recriar nesta obra, uma das mais importantes da literatura brasileira.


Em 06 de agosto de 1963, foi eleito para ocupar a Cadeira 2, da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de João Neves da Fontoura. A posse, no entanto, só ocorreu em 1967, pois, segundo ele, temia ser tomado por uma forte emoção quando da cerimônia. Em seu discurso, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer do domingo seguinte: “…a gente morre é para provar que viveu.”. Faleceu três dias depois, após sofrer um infarto no dia 19 de novembro de 1967. 

Guimarães Rosa na posse na Academia Brasileira de Letras, entre Juscelino Kubitscheck e Austrésilo de Athayde (Arquivo agência O Globo)

Guimarães Rosa na posse na Academia Brasileira de Letras (Arquivo agência O Globo)


Em em 1995 é fundada a Academia de Letras João Guimarães Rosa da Polícia Militar de Minas Gerais (ALJGR/PMMG), sob os auspícios da Polícia Militar de Minas Gerais. Casa do saber e da erudição, é um permanente templo de culto à memória de seu Patrono-Príncipe – Capitão-Médico da Força Pública Mineira, João Guimarães Rosa (JGR), que lhe deu nome. 


Entrevista raríssima do escritor e diplomata brasileiro João Guimarães Rosa com Walter Höllerer para um canal de televisão independente em Berlim, em 1962.


2º Colóquio de escritores latino-americanos e alemães em Berlim, 1964.



Fotos: Câmara dos Deputados do Brasil / Arquivo Agência O Globo / Acervo Museu Casa Guimarães Rosa

Autor: Seção de Memória e patrimônio Histórico e Cultural da PMMG



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