12 dezembro, 2022

16º BPM - SEMPRE BRP (50 Anos de Criação)



         “ Alerta Batalhão de Radiopatrulha (...)”

 

Com a promulgação da Constituição de 1946, a Força Pública passou a ser denominada Polícia Militar, encarregada de exercer três atividades básicas: o policiamento militar preventivo, repressivo e educativo.


Apesar de a referida Carta Magna referenciar as atividades de policiamento, desde de 1775, nos rincões das alterosas, o Regimento Regular de Cavalaria, embrião da Polícia Militar, já o executava. Inclusive dele fazia parte o Alferes Tiradentes, que o integrava e efetuava a modalidade de policiamento comunitário, adequado aos costumes, princípios, características e valores da sociedade da época.


A partir de 1955, foi criada na Capital de Minas a Cia de Policiamento, anexa ao 1º BPM, no Bairro Santa Efigênia. Em 1957, o 5º BPM, situado no Bairro de Santa Tereza, passou a lançar, diariamente, nas ruas da Capital, duplas de policiais militares que foram denominadas de “Cosme e Damião”, embora o verdadeiro nome seja “Castor e Pólux”.


Incontinenti, foi criado um grupamento motorizado, denominado Patrulha Volante. Esse foi o embrião do Esquadrão Motorizado, que por sua vez foi o do futuro Batalhão de Radiopatrulhamento - BRP, hoje denominado 16º BPM. Atendiam ocorrências em Belo Horizonte, tendo como delimitação de área a parte interna da Avenida do Contorno.


O ano de 1969 foi um período divisor para as missões de policiamento exercidas pelas polícias militares em todo o Brasil. 


Com a promulgação do Decreto 317, em 1967, aperfeiçoado pelo Decreto 667, criaram-se as Inspetorias das Polícias Militares, as quais introduziram mudanças importantes relativamente ao desempenho das missões amparadas pelo Decreto 1072. Esse decreto havia extinguido todos os outros órgãos de Policiamento Ostensivo, reconhecendo apenas uma polícia fardada no Brasil, as “ Polícias Militares”.


Percebe-se que os decretos mencionados deram caráter policial às Instituições Militares Estaduais que, a partir de então, passaram a executar o policiamento ostensivo com exclusividade.


Cumpre aqui fazer mais uma vez um esclarecimento acerca das “missões policiais”. A PMMG, desde sua criação, ainda em Vila Rica, executava missões de policiamento ao escoltar o ouro que ia para o porto de Paraty, no Rio de Janeiro. E, ao longo da sua história, no interior do estado, executava policiamento nos rincões mais longínquos. Advém daí a verdadeira origem do “Policiamento Comunitário”.


No início dos anos 70, Belo Horizonte, embora jovem, já tinha saído dos limites da Avenida do Contorno, demonstrando, de maneira tangível, um assustador crescimento populacional e físico.


Evidenciando, na prática, sua vocação para zelar pelos interesses da sociedade, o Estado-Maior refez os planejamentos de policiamento e criou um Batalhão exclusivo para executar o policiamento motorizado. Nascia, assim, o BRP, em 12 de dezembro de 1972, pelo Decreto 15.048, de 16 de dezembro daquele ano. Seu primeiro Comandante foi o Cel PM Waldir Soares. 


A área de responsabilidade do BRP abrangia toda a região metropolitana de Belo Horizonte. Os oficiais e praças eram escolhidos com rigor, fazendo história e ditando doutrinas de radiopatrulhamento que serviriam, como servem até hoje, de base para as condutas operacionais da Polícia Militar.


Onde estão aqueles valorosos patrulheiros, Cel Vivaldo Leite de Brito(Bom Baiano), Cel BM Marcello Tadeu (filho do Bom Baiano), Cel Mozar, Cel Alves (Bojalo), Cel Sales (Xavante- pai e filho), Cel Nunes, Cel Sucasas, Cel Haroldo, Cel Ademir, Cel BM Walner, Cel Peixoto, Cel Elmo, Cel Moura, Cel Alain, Cel Jonas Cruz, Cel Cobucci, Cel Marcilio Catarino, Cel Fernando Alcântara, Cel Mauro Veloso, Cel Marco Aurélio, Cel Tres, Cel Eduardo Mendes, Cel Doro, Cel Jaques, Cel Pessoa, Cel Bicalho, Cep Pires, Cel Alexander,Cel Moreira, Cel Aryone, Cel Wallace (Ten Boy),Cel Garbaza, Cel Saraiva, Cel Eduardo Oliveira (Dudu), Cel Jorge Dias, Cel BM Vinicius, Cel Antônio Geraldo, Cel Wilson Gomes, Cel Couto, Cel Júlio César (Raposão), Cel Alves (filho do Bojalo), Cel Hothon, Cel Helley (Haley), Cel Zé Geraldo, Cel Benedito Timóteo (Tim Bradoke), Cel Aurélio, Cel Bahiense, Cel Josué (Tie), Cel Carlos (filho do Maj Waltinho), Ten Cel Sinval, Ten Cel Marcusi, Ten Cel Frota, Ten Cel Ailton (Barão),Ten Cel Isley, Ten Cel Laura (Filha do Bom Baiano), Maj Waltinho (Da Gruta), Maj Márcio Espitalí, Maj Edson Araújo, Maj Ednard, Maj Demerval, Maj Xavier (Xaxá), Maj Calixto (Pai do atual Comandante), Maj  Morães, Cap Leopoldo, Cap Maurício Sávio, Cap José Maria, Cap Viana, Cap Adélio (Tião), Cap Saulo (Pivete), Cap Landes, Cap Augusto da Silva, Cap Samuel (PPI), Cap Antoniellini, Cap Expedito, Cap Otoni, Cap Wellington, Ten Noé, Ten Alcenir (Xingu), Ten Fernandez, Ten Viriato, Ten Jadir, Ten José Secundino, Ten Santiago, Ten Fureaux, Ten Ivan, Ten São Joaquim (Capacete),Ten Rosário, Ten Walter, Ten Waldir, Ten Geovanio (Mestre), Ten Fernandes, Ten Casal, Subten Juracy, Ten Souza (SAT) Subten Pintinho, Subten Marcelino, Subten José de Oliveira, Subten Crismar, Sgt Geraldo Leôncio, Sgt Raimundo Inocente, Sgt Vicente Secundino (irmão do Ten) , Sgt Furtado, Sgt Valter, Sgt Bahiense, Sgt Xexéu, Sgt Luiz Jacinto (Piniquinho), Sgt Olivio Lima (Meio Fio), Sgt Oscar Eliodoro, Sgt Ubiraci (Buda), Sgt Gilberto, Sgt Cacá , Sgt João Minhoca, Sgt Nairón, Sgt Cércio, Sgt Frade, Sgt Sarapião, Sgt Adão, Sgt Barone, Sgt Estanislau (pai e filho), Sgt Neto, Sgt Algeci (Baiano), Sgt Garucha, Sgt Furtado, Sgt Gusmão (pai e filho), Sgt Cipuada, Sgt José Francisco, Sgt Sena, Sgt Napoleão (Lobinho), Sgt Pedrosa (pai e filho), Sgt Minoda (Japá), Sgt Secundino (filho do Ten Secundino), Sgt Curvelo, Sgt Elmo, Sgt Pinto (CSCS), Sgt Magela, Sgt Hélio Doido, Sgt Ramiro, Sgt Bahiense (primo do Cel Bahiense), Sgt Tarcísio, Sgt Fraga, Sgt Bolivar (Na Área), Sgt Trigela, Sgt Almeida (SAT), Sgt Ailton (de Deus e o Garrafão), Sgt Márcio, Sgt Alberto (Betão), Sgt Alberto (Bené), Sgt Wesley (El Bicodón) e Sgt William (irmão do Bicodón), Sgt Pavão, Cb Air Barbosa, Cb Cabana, Cb Ualas, Cb José Carlos (Pateta), Cb Alcir (Ganso), Cb Cachimbo, Cb Tião Soldado, Cb Antônio Luiz, Cb Frango (motorista do Bojalo), Cb Bernadino, Cb Tião Soldado, Cb José Maria Papo Furado, família Brito (Zé Cueca), família Barone, família Russo, Família Simão, Família Lobo, dentre outros milicianos memoráveis e respeitados que serviram tanto no BRP quanto no 16 BPM?


Vale ressaltar, ainda, a relevância da atuação de alguns dos valorosos militares que tombaram no cumprimento do dever, e de outros, que Deus os chamou para junto dEle. Faço aqui uma homenagem a um grande amigo, o qual me ajudou muito quando cheguei ao 16 BPM: Cel BM Marcello Tadeu (filho do bom Baiano). A ele, minha eterna continência. 


 que se pedir vênia não  aos militares, mas aos seus familiares, por não constarem aqui os nomes de outros bravos e respeitados milicianos que serviram na unidade aniversariante. O motivo foi por desconhecimento deste relator, ou por não terem vindo à memória os ilustres nomes quando lavrado este histórico. Contudo, fiquem declarados, na oportunidade, o respeito e apreço que lhes são devidos.


No que tange aos servidores do BRP e do 16º BPM, toda deferência, respeito, atenção e admiração ainda são pouco, pelo muito que fizeram pela nossa segurança. Muito contribuíram para que a PMMG - antes respeitada pelos laços com o herói Tiradentes e pela participação nas revoluções de 1930, 1932 e 1964 - fosse reconhecida pela eficiência e eficácia no policiamento motorizado.


Na década de 80, com a rearticulação das áreas de atuação operacional, extinguiuse o BRP, criando-se o 16º BPM. Ficou esse Batalhão responsável por todo o policiamento da zona leste de Belo Horizonte. Ainda na mesma década foram criados o Batalhão de Choque, em 1980, e as Cias Rotam, em 1981. As Cias ROTAM passaram a executar o policiamento motorizado, recobrindo a malha protetora da RMBH, com a maioria das praças que haviam servido no BRP. São, portanto, as Cias ROTAM filhas da Unidade aniversariante.


É certo que a história e as ações empreendidas pelos bravos milicianos que integraram o BRP e o 16º BPM passaram de pai para filho. Isso porque muitos dos integrantes que serviram ou servem no 16º BPM cresceram ouvindo a história dos abnegados milicianos que insculpiram um capítulo importante na história da PMMG. Eles são exemplos robustos e denodados para todas as gerações. Como disse o General Romano Túlios Maximus: “o que fazemos na vida ecoa pela eternidade”.


Quando um velho patrulheiro do Esquadrão Motorizado, BRP ou 16º BPM adentrar a Unidade, o mínimo que se pode fazer para homenageá-lo é estender-lhe um tapete vermelho. O valor desses servidores é um componente incomparável para a grandeza profissional da manutenção da ordem pública.


Antes de terminar este humilde relato, agradeço à Cel Karla Fernanda, Ten Cel Laura, Sgt Napoleão, Sgt Wesley e Sgt Fraga, pela ajuda e incentivo, pois a emoção falou mais alto do que a razão. Não foram poucos os momentos, quando abria a janela do passado, ocorreram  várias paradas, com desejos de desistir, até a atualização e conclusão do presente relato histórico.


Nas comemorações dos cinquenta anos do 16º BPM, os valorosos profissionais que, com ações simples, como a de socorrer a sociedade nos momentos mais cruciais, resolveram situações deveras complexas, merecem não só os cumprimentos de todos os habitantes das alterosas, mas um sincero e entusiástico muito obrigado!

 


Flávio Augusto, Cel PM Veterano
Professor de História da PMMG


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